domingo, 8 de outubro de 2017

DELA OU DE ELA? QUAL CORRETO?


Na linguagem oral, a tendência é fazer a fusão DELA.
Vale ressaltar, contudo que  a gramática diz que a preposição [de] não se funde com o sujeito do infinitivo (forma nominal do verbo). Observe a seguinte frase:
●   Eu cheguei na hora de ele sair.
Qual é o sujeito do infinitivo [sair]? Só pode ser quem irá sair, isto é, [ele]. Se o sujeito é [ele] a preposição [de] não faz parte do sujeito e, portanto, não pode fundir-se com o artigo [ele]. Do mesmo modo:
●   É hora de ele fechar.
●   Eu cheguei antes de ela sair.
O mesmo caso se aplica aos artigos [o, a, os, as]:
●   No caso de o programa se alterar...
●   É hora de a festa acabar.
●   Chegaram antes de a agência abrir.
●   Está na hora de o candidato falar.
Quem vai sair? Só pode ser [ele]. Se o sujeito é "ele"  a preposição [de] não faz parte do sujeito e, portanto, não pode fundir-se com o pronome [ele].
Assim:
“Ritinha é bígama, pois antes de ela se casar com Rui, ela se casou com Zeca”, o sujeito é ela, pois ela se casou com Rui, logo a preposição de não deve fazer parte do sujeito (dela), mas ficar separada (de ela). Veja também a situação do verbo da ação do sujeito ‘ela’: está no infinitivo.

Cumpre lembra que, esse caso, não tem nada a ver com os outros casos de fusão da preposição com os artigos [o, a, os, as], ou com os pronomes [ele, ela, eles, elas]. Por exemplo:
●   A casa dele foi invadida pelos ladrões (sujeito: casa dele)
●   O computador da escola está na oficina
Ninguém irá dizer ou escrever: A casa de ele foi invadida..., ou: O computador de a escola está na oficina. 
 

sábado, 7 de outubro de 2017

Janaúba, tragédia e seleção de pessoas para emprego

A tragédia de Janaúba (MG) , onde um guarda  de creche queimou crianças e a si mesmo, levando ele,  sete crianças e uma professora à morte,  pode nos querer dizer que, para determinadas funções, não basta oferecer emprego para preenchimento de uma vaga por critérios superficiais ou por outras motivações alheias à atividade a que se destina, é preciso qualificação para a função. Aquele sujeito gente boa, tranquilo, que inspira solidariedade para preenchimento de uma vaga de emprego, pode não ser a pessoa ideal para determinadas funções delicadas e estratégicas. O cidadão poderia ser um homem humilde e necessitado, mas sequer tinha família, filhos! É parâmetro para julgar o que aconteceu? Talvez, não. Mas pode ser um critério para situações futuras de admissão em determinadas funções.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Cinco passos práticos do ‘BLOG REDAÇÃO INTERATIVA’ para desenvolver uma redação criativa

Qualquer assunto sobre o qual você vai escrever, você terá que defender um ponto de vista dentro deste assunto.
Já imaginou você querendo abordar todas as questões possíveis sobre um assunto no qual pretende expor uma opinião apenas numa redação? Impossível, né? Impossível e insatisfatório!
O que fazer, então? A primeira coisa que você precisa definir é um ponto de vista de onde você pretende começar, desenvolver e concluir a discussão.  Isso pode ser denominado TESE.
Você já sabe desenvolver raciocínio para esse tipo de situação? Se não sabe, é fundamental aprender a desenvolver esse tipo de raciocínio. Ele define boa parte do sucesso ou insucesso de sua redação no ENEM ou em qualquer situação discursiva.
Antes de definir a TESE, vale lembrar que ela nunca é formada sozinha, a TESE, por mais resumida que seja, se junta a outros elementos de exposição de um assunto que a tornam mais clara e objetiva. Que elementos são esses que acompanham a TESE e como identificá-los 
e construí-los?                                                                                   
Cada livro ou apostila traz um nome, mas tudo isso é a mesma coisa, ou seja, TESE é o fio condutor da redação. E a condução do assunto para a frente já pode ser definida em torno da TESE.

Veja os elementos que envolvem a TESE
Tema:  será sempre o assunto do texto, a ideia núcleo dada no enunciado da prova. Do tema, origina-se a TESE.
Contextualização: situação do tema no espaço e no tempo colocada em torno da TESE.

Já a TESE é o ponto de vista do autor sobre o Tema, aquilo que o autor pensa, defende e acredita sobre o assunto dado. A TESE será positiva (favorável) ou negativa (desfavorável) à ideia núcleo. Pode ser equilibrada, visto que há situações em que você precisa encontrar o meio termo, o equilíbrio, desde o início.

Para fundamentar teoricamente a sua TESE, o redator fará uso de argumentos, fatos, exemplos, dados, citações e outros recursos na tentativa de convencer, persuadir o interlocutor (ouvinte, leitor da redação) a concordar com o seu posicionamento.
Problematização: abordagem complementar da TESE de modo a levar o ponto de vista explícito na TESE a ser discutido no desenvolvimento. 
Bem, por aqui ficamos com nossa exposição sobre a TESE. Vamos utilizar o primeiro exemplo de identificação  da TESE num texto.

Comentando o exemplo aqui citado
 Vamos praticar um pouco de exercícios de identificação de elementos que acompanham a tese, baseados na imagem acima.

Novas mídias estão deteriorando a boa escrita: título da redação.

Introdução da Redação:

São muitos símbolos, onomatopeias e códigos. Há quem chame de hieroglifos do presente. Mas o fato é que a linguagem usada nas mídias sociais está destronando a boa escrita e trocando arte por simplicidade. Será este o futuro que nos aguarda?  Uma comunicação sem nuances e monocromática?

São muitos símbolos, onomatopeias e códigos.
Há quem chame de hieroglifos do presente.  
Temos aqui uma breve contextualização. Contextualização pode ter de várias formas: histórica, geográfica etc.   Aqui temos uma contextualização descritiva da situação. Vale lembrar que em toda contextualização deve haver uma referência temporal à tese de que se vai tratar.  De que modo essa contextualização temporal está expressa aqui? Pela palavra presente (que aqui poderia significar atualidade). Outra coisa: que descrição de objeto está expressa na contextualização? Elementos da escrita das pessoas responsáveis pela deterioração (ou seja: desgaste) da boa escrita.

Mas o fato é que a linguagem usada nas mídias sociais está destronando a boa escrita e trocando arte por simplicidade.
Aqui está a tese, ou seja: uma definição opinativa sobre a situação. Qual é essa definição opinativa sobre a situação? O fato de que, apesar de que esse modo de escrever estar na moda, ele está destroçando a boa escrita, a arte de escrever na sua integridade.

Será este o futuro que nos aguarda?  Uma comunicação sem nuances e monocromática?
Só que fazer uma redação não é escrever uma sentença, tipo uma frase pronta e acabada. Escrever uma redação é promover uma pequena discussão, onde você apresenta uma contextualização, apresenta um ponto de vista sobre uma questão, provoca essa discussão para um desenvolvimento, fecha o texto com um ponto de concordância sua sobre o ponto de vista tratado. Aqui está esta provocação para o desenvolvimento. Aqui está em forma de pergunta, mas poderia ser em forma de afirmação que apontasse para um desdobramento da tese. Tipo: o futuro da linguagem como conhecemos, com suas nuances e variedades,  pode estar comprometido em função dessa forma de escrever no presente. Aqui foi levantada uma possibilidade de questionamento, onde eu preciso responder por que o futuro da escrita está comprometido, ok?